quinta-feira, 28 de julho de 2016

Picos na hora de ir dormir




A cama nova do meu filho tem picos.

A anterior cama de grades também tinha picos.

Picos grandes que apareceram à cerca de 2 meses , que o magoam, que lhe tiram o sono, que o assustam, que o fazem chorar, espernear, gritar, acordar os vizinhos.

A cama do meu filho tem picos.

A minha cama não tem picos, a minha cama é agradável, imensamente confortável, suave e proporciona ao meu filho uma excelente noite de sono. Um sono restaurador e reconfortante.

Só que na minha cama, já dormem 2 pessoas, às vezes 3, e nos dias que correm há tentativas de quererem dormir 4 pessoas.

O que significa que a minha cama, deixa de ser agradável e confortável e passa a ser um ringue de boxe, em que pernas e braços aparecem em todo o lado, perfurando-me as costas,  socando-me a cara, golpeando-me as pernas….

Antes de chegarmos a este bailado noturno, todos temos de passar pelo pré-sono, que começa às 21h e termina quase à meia noite, comigo ou com o a. a terminarmos o pré-sono de rastos quase como saídos de uma aula de cross-fit ou de algum combate de artes marciais, e com a vizinhança a pensar no que estaremos a fazer aquele pobre menino fofinho (mal sabem eles que ele se transforma num gremlin quando chega à hora de ir dormir).

Nos últimos tempos não tem sido fácil, os terríveis 2 anos, são mesmo terríveis, e lá em casa, existe alguém que demonstra ter uma personalidade forte, vincada e teimosa (e não estamos a falar de mim!) que todos os dias nos dá conta da cabeça, nos tira do sério, nos leva à loucura, só pelo simples facto de que não quer ir dormir, ou melhor, que não quer ir dormir na cama dele, a tal que têm picos. Picos grandes e maus.



Mas o meu menino fofinho, que também tem olhinhos de gato, só quer ir “pá’li” que é como quem diz para o meu quarto, para a minha linda e maravilhosa cama. E eu por vezes cedo, cedo porque estou cansada, porque ele está cansado, porque eu só quero que ele durma. E quando faço isso, alguém tem vontade de me esganar, porque eu não devo ceder, porque ele tem de dormir na cama dele, por um sem fim de motivos… mas eu só quero que ele adormeça.

Enquanto esta saga durar, a partir das 21h já não existe tempo para mais nada, para caminhadas, corridas, experiências, blogs, séries, conversas, nada…  só existe pré-sono e birras.


Dias melhores virão, é isso que me alenta… isto é só uma fase.



(imagens retiradas da internet)


terça-feira, 5 de julho de 2016

A loucura de irmos acampar

Durante alguns anos da minha adolescência, fui obrigada a acampar com os meus pais. De 15 em 15 dias íamos acampar por um fim de semana, em diversos sítios do país, seguindo a programação do campismo desportivo. Havia jogos tradicionais, convívio, fogos de campo, e despedidas de braços dados, cantando a música de despedida (bastante deprimente por sinal).

Por isso, as minhas recordações de campista, não são as melhores, não que estes fins de semana não fossem divertidos e enriquecedores, mas para uma miúda de 12 anos tudo é uma seca, e foi isso que perdurou nas minhas memórias…

Até este fim de semana …

A S. andava à mais de um ano a pedir-nos para ir acampar, coisa que sempre tentei não dar muita importância, porque a minha onda não é bem o campismo. Mas ela não tirava o acampamento e o dormir na tenda da ideia, e mal chegou aos ouvidos do pai, este vibrou com a ideia.

Ao comentarmos isto com uns amigos nossos, eles também comentaram que lá por casa também já se tinha falado nisso, então combinou-se “montar” a tenda no jardim, e os pais passarem uma noite acampados no jardim de casa com as criancinhas… O verão passou e esse programa não aconteceu, por isso, este ano tínhamos mesmo de cumprir a promessa de acamparmos com os miúdos

Planeamos o acampamento com alguma antecedência,  escolhemos o fim de semana, marcamos o local, escolhemos não um parque de campismo tradicional, porque era a nossa primeira vez, e não nos podem pedir para prescindirmos logo de tudo, além do que a promessa era dormir na tenda, não era fazermos campismo selvagem.

Saímos 6º feira depois de almoço,  e rumamos ao sudoeste alentejano. Tínhamos planeado chegar, montar a tenda e ir dar um mergulho na piscina. Mas a montagem da tenda demorou, o vento não ajudou, e depois de umas quantas horas a discutirmos, e a darmos indicações de forma mais exaltada , “não puxes dai”, “agarra a tenda”, “onde está o martelo? Tu não trouxeste o martelo?”  lá montamos a nossa tenda, e o meu pensamento foi logo “que ideia mais parva esta…isto vai correr tããããããoooooo mal…”

Mas não correu assim tão mal…

A tenda não voou, os miúdos adoraram, nós também gostamos (confesso…), foi um fim de semana de convívio, de risada, de traquinice , de mergulhos na piscina, de alvoradas com o chilrear dos pássaros, de dormir como chouriços apertados nos sacos cama,  de comida de campista, de sestas à tarde, de chinelo no pé empoeirado e acima de tudo de liberdade!


Gostamos e achamos que vamos repetir de futuro!