terça-feira, 5 de julho de 2016

A loucura de irmos acampar

Durante alguns anos da minha adolescência, fui obrigada a acampar com os meus pais. De 15 em 15 dias íamos acampar por um fim de semana, em diversos sítios do país, seguindo a programação do campismo desportivo. Havia jogos tradicionais, convívio, fogos de campo, e despedidas de braços dados, cantando a música de despedida (bastante deprimente por sinal).

Por isso, as minhas recordações de campista, não são as melhores, não que estes fins de semana não fossem divertidos e enriquecedores, mas para uma miúda de 12 anos tudo é uma seca, e foi isso que perdurou nas minhas memórias…

Até este fim de semana …

A S. andava à mais de um ano a pedir-nos para ir acampar, coisa que sempre tentei não dar muita importância, porque a minha onda não é bem o campismo. Mas ela não tirava o acampamento e o dormir na tenda da ideia, e mal chegou aos ouvidos do pai, este vibrou com a ideia.

Ao comentarmos isto com uns amigos nossos, eles também comentaram que lá por casa também já se tinha falado nisso, então combinou-se “montar” a tenda no jardim, e os pais passarem uma noite acampados no jardim de casa com as criancinhas… O verão passou e esse programa não aconteceu, por isso, este ano tínhamos mesmo de cumprir a promessa de acamparmos com os miúdos

Planeamos o acampamento com alguma antecedência,  escolhemos o fim de semana, marcamos o local, escolhemos não um parque de campismo tradicional, porque era a nossa primeira vez, e não nos podem pedir para prescindirmos logo de tudo, além do que a promessa era dormir na tenda, não era fazermos campismo selvagem.

Saímos 6º feira depois de almoço,  e rumamos ao sudoeste alentejano. Tínhamos planeado chegar, montar a tenda e ir dar um mergulho na piscina. Mas a montagem da tenda demorou, o vento não ajudou, e depois de umas quantas horas a discutirmos, e a darmos indicações de forma mais exaltada , “não puxes dai”, “agarra a tenda”, “onde está o martelo? Tu não trouxeste o martelo?”  lá montamos a nossa tenda, e o meu pensamento foi logo “que ideia mais parva esta…isto vai correr tããããããoooooo mal…”

Mas não correu assim tão mal…

A tenda não voou, os miúdos adoraram, nós também gostamos (confesso…), foi um fim de semana de convívio, de risada, de traquinice , de mergulhos na piscina, de alvoradas com o chilrear dos pássaros, de dormir como chouriços apertados nos sacos cama,  de comida de campista, de sestas à tarde, de chinelo no pé empoeirado e acima de tudo de liberdade!


Gostamos e achamos que vamos repetir de futuro!


       

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